quinta-feira, 8 de julho de 2010

A Cidade Preto e Branco

    Em cada casa um relógio diferente, em cada casa o mesmo tempo de todas as outras casas.
  Fosse o tempo brincar de ser relativo em cada uma delas, ser lento em umas, ser rápido em outras, porque se existe alguém para ser, estar, mudar e conjugar-se, só poderia ser ele.
  Mas ele não gosta de mudar, de se fantasiar dele mesmo... Não nessa cidade em que todas as pessoas são apenas prédios que se movem sobre pernas e são acimentadas pela frieza de nunca terem conhecido o pulsar dos sentimentos na própria veia.
  Em Preto e Branco ninguém vive, apenas move-se... por mover-se.

2 comentários:

  1. "Fosse o tempo brincar de ser relativo em cada uma delas, ser lento em umas, ser rápido em outras, porque se existe alguém para ser, estar, mudar e conjugar-se, só poderia ser ele."

    você tem ideia de como é genial?! Já te fiz elogios demais, eu sei. Tanto pessoalmente como pela net e tudo o mais, mas você sempre surpreende. É sério. Esse trecho lembra tanto o modo irônico do Saramago, mas tem a sua leveza, o seu jeito de tecer palavras tão sem compromisso.
    Ah, Carol, te admiro por demais. E esse projeto aqui promete, hein?
    Acompanhando, meu anjo.

    Beijos.

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  2. Carol, sabe que amo muito do que você faz *_*
    Parabéns, amiga e continue escrevendo. Faz bem pra você e pra quem lê.
    Você é linda!
    Te amo, beijo.
    E vou te aconpanhar por aqui.

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